Doido, 40 anos |
Cercado de mimos, carinhos e afetos, não só pelos pais, como também pelos
familiares próximos. Teve uma infância, considerada normal para uma criança,
filho único, de uma família tradicionalista e de classe média da Cidade do
Recife. Aos 14 anos surgiram alguns transtornos bipolares, o que o afastou da
família e o fez procurar as drogas: álcool e maconha. Aos 15 anos, perdeu o
pai, acidente ainda sem causa comprovada, o que agravou seu comportamento
social. Dotado de um QI avançado para sua idade, concluiu o ensino Médio aos 16
anos e aos 17 anos estava cursando Direito na UFPE e que veio a abandonar o
curso aos 19 anos, para não mais voltar aos estudos e viver do dinheiro deixado
pelo pai e gerenciado pela mãe. Mas, foi aos 21 anos de idade que se deu sua
primeira ocorrência policial: espancamento de um jovem homossexual negro, no
campus da UFPE, por falta de provas e um bom advogado pago pela mãe, foi
retirada a queixa, dois meses depois foi detido por espancar um cobrador negro
de transporte público. Mais uma vez salvo pela progenitora. Daí pra frente teve
uma vida regada por drogas bebidas e muita farra, sempre acometido de pequenas
inflações ligadas a preconceito racial e homofobia. Aos 35 anos, percebe-se o
abandono total de uma vida que poderia ter sido diferente. Passa a brigar
constantemente com a mãe, em relação ao patrimônio deixado pelo pai. (casas,
carros, e um sítio no interior de Pernambuco), valor total estimado em 2
milhões de reais. O conflito entre mãe e filho, chega aos tribunais, ele perde.
O que o faz odiar mais ainda a progenitora. Um ódio alimentado por 5 anos. Aos
40 anos, é preso acusado de ter matado e esquartejado a própria mãe. Motivo do
crime: a herança da família. Já que tudo seria seu se, sua mãe viesse a
falecer. Ele nega tudo! Diz ter sido vítima de uma armação da própria família,
que também estavam de olho na herança. “Sou o alvo mais fácil, porque estava
brigando em justiça com minha mãe sobre a herança. Mais meus tios também querem
o sítio e as casas.” O fato é que não foram encontrado vestígios concretos da
participação dele no assassinato. Mas mesmo assim, sem a proteção da mãe para
defendê-lo, foi condenado. Ainda hoje, fica a espera da mãe. De canto a canto
da cela sua agonia e ansiedade por uma mãe, que sabemos, nunca virá salvá-lo.
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